O livro de Michael J. Sandel (recebi o livro como promoção
pela inscrição no Instituto Conhecimento Liberta – ICL) é a visão de um
estadunidense. Traz reflexões a partir de pesquisas nos Estados Unidos,
Inglaterra e Canadá, portanto, a partir de sua cultura e referências bibliográficas
anglo-saxônicas. Tem uma visão capitalista para sanar os problemas do capitalismo.
Sim, ele não cita o comunismo ou o socialismo como soluções para os limites
morais do mercado. Reflete o que o dinheiro não compra, sem indicar porque o
dinheiro compra, emergindo assim com o triunfalismo do mercado: tudo está à venda.
Ele cita, dentro do capitalismo e mercado, exemplos como
comprar um lugar para esperar na fila. Todos sabem que a ética da fila é um
modelo sagrado de ordem de quem chega primeiro conquista o lugar, no entanto,
foi criado um negócio das filas, transformando o lugar sagrado de chegar na fila,
em eu pago para alguém ficar na fila. Cria assim os cambistas de consultas médicas,
que vendem seu trabalho de ocupar o lugar na fila.
Outro exemplo que ele cita, é a iniciativa de esterilizar
mulheres viciadas com o incentivo de trezentos dólares para elas não procriarem,
evitando que crianças já nasçam propensas ao vício. Essa iniciativa teve as críticas
quanto a visão econômica da vida, remetendo a que ponto chega o limite do mercado.
Ele destaca a troca de presentes por vales-presentes,
indicando a incapacidade de dar um presente em troca de um valor para ela
comprar o que quiser, evitando assim a possibilidade de errar o gosto, o número
ou a forma do presente.
Interessante é o que ele cita dos bolões da morte em
que empresas compram seguro de vida dos funcionários, instituindo a si mesmas
como beneficiárias. Explorando os funcionários em seu trabalho e apostando e
lucrando com sua morte, alegando ser um investimento. O nome deste investimento
é conhecido no meio como Seguro do Zelador ou Seguro do Camponês Morto. Dentre
as empresas que compravam apólices em nome dos empregados estão a Nestlé USA,
Walmart e Walt Disney. Bancos também fazia parte destes investimentos.
Cita a venda de órgãos, de sangue, um amigo, um
prêmio Nobel, um troféu de um campeonato como relações do limite moral do mercado
e que não pedem ser comprados.
Há mais exemplos de comercialização e não comercialização que nos fazem refletir, a partir de um ponto de vista dentro do capitalismo, sobre os limites morais do mercado. Faço um destaque importante: o autor não considera a transformação social das relações de trabalho e capital como o sistema comunista e socialista.
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