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domingo, 12 de setembro de 2021

A Insustentável Leveza do Ser

38 anos me separam da publicação deste livro. Como convivi com amigos leitores, todos nós adolescentes e jovens, salvo professores, padres adultos (adúlteros da ditadura militar 1964/1985, correlata à Primavera de Praga, só que criminosos da burguesia brasileira contra os trabalhadores e a democracia) de nossa formação, e conhecedores da literatura, tinha uma noção do romance. Não tinha dinheiro para comprar, os sebos tinham o conceito de vender algo raro, as vezes mais caro que o novo, e somente nos grandes centros, as capitais. Não tinha sebos virtuais. E quem sabe, porque não, não compreenderia a proposta do autor. Sim, em 1983 a Europa de Milan Kundera, Praga especificamente, ele discorre sobre a relação com os bichos de estimação, dentro de casa, atendimento veterinário, carinhos, longe das minhas relações de carinho, mas no pátio, livres, soltos. Na minha casa tinha bem pouco desta forma, ainda casual, sem sistematização. Entre meus vizinhos, pertencentes à classe A e B, existia essa "humanização" dos bichos, hoje, argh!, pet's. Mesmo na Praga invadida. O que me propiciou a ratificação de elite, evolução estreitamente vinculada à distribuição de renda, à educação laica e pública, a ciência e não a religião como fundamento da vida.

Nesse sentido, como Helena Blavatsky, lia no etéreo, ou seja, ouvindo o que os outros leram, numa ou outra citação de um livro, revista, no comentário de um professor.

Tinha uma ideia existencialista desse romance, a lá, Jean Paul Sartre e a melhor de todas, Simone de Beauvoir. Romance na materialidade. Ler agora, foi interessante porque tenho a idade do protagonista e os chãos trilhados se tocam.

Um dia, entre 1988 e 1990, estava em Florianópolis em função de alguma atividade de natureza sindical, estava em cartaz num cinema tido como alternativo, A insustentável Leveza do Ser. Ainda lembro de forma difusa as paredes externas verdes, uma varanda, portas em formas de arco romano. Mas difusa. Não sei se existiram mesmo.

Do filme uma lembrança única, uma das protagonistas, Tereza, para entender as “traições” de seu companheiro, Tomas, envolve-se sexualmente com um estranho. Recortada e difusa, lembro dela sair não feliz. Nessa sequência guardo o conceito de A Insustentável Leveza do Ser, não conferida a Tomas, o leve, tranquilo em suas relações abertas, mas a Tereza em buscar essa leveza. Fragmento difuso, mas que me acompanhou nesses anos todos.

Ao ler a obra, aguardava incessantemente encontrar a cena difusa em minha memória, única referência de vínculo. Teria mesmo ou poderia ter sido acrescida pelo diretor ou mesmo uma invenção minha? Ufa. Cheguei nas páginas que confirmavam a cena. Senti-me familiarizado. E foi só.

A velha máxima “as linguagens são distintas” confirmou-se. Cada linguagem expressa a título de interpretação, suas leituras distintas do original. Seja pelas ferramentas, instrumentos utilizados, seja por ser uma leitura do espectador. Assim, o diretor do filme,  é um leitor do livro e reproduzirá fielmente o que o autor escreveu ou, invariavelmente, reproduzirá o que entendeu com seus conhecimentos. Com isso cai por terra a máxima tola de “o livro é melhor que o filme”, pois não se comparam linguagens, mas compreende-se o que cada uma pode oferecer, jamais esquecendo que qualquer linguagem ou ferramenta é operada por um sujeito manifestando-se, via ferramenta, instrumento e linguagem, organizando um diálogo.

Milan Kundera criou Tereza e suas características, mas Philip Kaufman colocar Juliette Binoche como Tereza é o indicador significativo de que uma leitura é uma co-autoria ad infiintun de cada leitor da obra original, sendo essa, já advinda de outras relações.

Ao livro.

Maravilhado! Primeiro porque manteve minha leitura etérea a partir dos outros, como a minha lembrança difusa da única cena do filme. Nem a sequência célebre de fotografias pelas duas protagonistas eu lembrava.

Milan Kundera narra como autor um romance que criou. Faz inserções distanciando-se de sua própria criação. O que chama-se de metalinguagem (uma linguagem dentro da outra), observo que ele faz o diálogo entre as linguagens, a ficção, o romance, e a realidade, suas opiniões diretas, não somente no texto das personagens, mas se próprio pensamento. Milan é um personagem à parte, narrador dos personagens e de si próprio.

A estrutura que ele discorreu o romance, remeteu-me a Pulp Fiction, 1994, sem linearidade. Dentro dessa estrutura, algumas subdivisões me incomodaram, como períodos curtos, bem delimitados e objetivos em contraposição de outros mais longos, sugerindo um ritmo de leitura assimétrico e por vezes cansativo, mas sempre inovador e significativo.

As personagens, agora minha concepção existencialista, muito concretas, saem nhenhenhém, vivendo um dia após o outro. Sim, com os elementos de ciúme, posse, mas atenuados pelas decisões humanas. Faço, não faço. Estou sentindo, estou fazendo sentir, mas humanas, resolvidas na materialidade da relação.

No decorrer da leitura, estava temente, com alguns conceitos advindos do criacionismo (correto na religiosidade e as emoções de dependência afetiva produzidas por suas imagens, como “D’us quis assim, é destino, alma gêmea, romance homem/mulher, mas não na materialidade civil, científica, diversa..) mas que nos dois capítulos finais,  literariamente no texto do romance ele dissolve espetacularmente.

O contexto político da Primavera de Praga, 1968, invasão da então Tchecoslováquia pela então URSS, seus desdobramentos de perseguições políticas e contexto para toda a transformação da vida das personagens, o que toda ditadura faz. Milan Kundera traça, assim senti, o drama da ditadura debatendo de forma pontual a repressão à liberdade de expressão na individualidade, permitindo a analogia com o conceito de kitsch extensivo a toda forma de pacote, enlatado, moda contido também na falsa ideia de liberdade no capitalismo.

É isso.

terça-feira, 24 de agosto de 2021

Em Silêncio Porque Rezamos

Li esse livro no intuito de conhecer o caminho, a história da oração na humanidade e não tanto o ato de orar. Dentre tantos teólogos e estudiosos das religiões, Donald Spoto foi um desses acasos perseguidos que proporcionaram desvelar a história da oração. Perseguidos porque há muito tempo buscava duas biografias que desvelassem de forma concreta a vida de Francisco de Assis, sem a aura do santo e de Norma Jean sem as teorias da conspiração e do mito louro. Spoto correspondeu às minhas expectativas. Isso me levou a Em Silêncio Por que Rezamos.

Claro, que ingenuamente esperava que ele escreveria sobre o porque rezamos sem expor sua fé. Erro meu, mas no inicio do livro, ele honestamente se identifica citando seu lugar como católico. Óbvio que seu doutorado em Teologia já pressupunha um lugar na religiosidade, portanto a historicidade da oração ficou num segundo plano e ao ler o porque rezamos, fiz o esforço do pesquisador de ater-me ao meu interesse: a história da oração e evidentemente vinculada ao ato de rezar, mas não atendo-me à uma divindade.

Ele inicia o livro contextualizando o ato de rezar e em licença poética inclui até as atividades de ateus (nós) análogas a esse ato, rito. E para por aí. Em todo o livro, claro, ele remete ao D’us judaico-cristão, fonte de sua fé. Sim, ele faz pontuações sobre o Budismo, Taoísmo, manifestações de povos nativos da América, África e Ásia, ilustrando como a oração se manifesta nesses povos, mas sua referência é a doutrina judaico-cristã em função dos registros históricos escritos que construíram o conceito de oração na história do ocidente.

Gosto sempre das referências concretas que trazem, muitas vezes ironicamente, textos de rabinos, santos (humanos canonizados na igreja Católica), monges indicando no seu tempo suas impressões e vivencias.

Assim, li com aquela pulga atrás da orelha todas as manifestações de Spoto remetendo-se a um monoteísmo “aculturante”, simplesmente sendo fiel à sua formação, mas não ofendendo qualquer outra manifestação. A única vez em que ele o faz, é dirigindo-se ao ateísmo, dizendo ser impossível não entender a divindade. Só aqui que ele erra. Para entender o caminho da oração fiz vista grossa.

Ele disseca a oração em doze capítulos. Ele inicia fazendo um breve relato geral sobre Tempo e Memória de como surgiu a Oração como Expressão Religiosa, pessoal, passando por várias culturas do ocidente e oriente, considerando a Oração em Forma de Diálogo em Israel, no Cristianismo e no Islamismo. E claro, não podemos esquecer que o Judaísmo é a fonte, gênese do Cristianismo e do Islamismo. Em seguida ele discorre sobre a oração como forma de Petição, de Perdão, de Sofrimento, de Abandono, de Serenidade, de Ato de Amor, como Transformação e em forma de Silêncio. Todas contextualizadas no período histórico e com citações.

Tenho muitos destaques sobre cada capítulo, mas me aterei a alguns, pois a cada fruição com uma obra, geralmente criamos outra de nossa autoria. As referências fazem as novas obras.  Não há ato criativo ou interpretativo sem referência. E aqui, riam, mas reflitam, Deuses não criam do nada, portanto, não existem, pois “do nada, nada virá”, nos ensina Brecht, assim não podem existir seres sem raízes, do nada.

Bem, retomando à oração. No capítulo sobre Forma de Petição, há uma leitura do Pai Nosso incrível, em que ele contextualiza o D'us judaico como “paternidade ... amorosa e cuidado ... (e continua) os judeus não pensavam D'us como possuindo exclusivamente o gênero masculino, e existem alusões, ao cuidado materno de D'us”. Isso é impressionante, pois podemos no perguntar como D'us se tornou macho, severo, vingativo, ruim, autoritário?

Num outro momento do Pai Nosso, O pão nosso de cada dia, ele destaca “que é referente a tudo que os homens (detesto o termo homens e prefiro seres humanos) necessitam para sustentar a sua vida, não apenas como indivíduos, mas como comunidade, cientes das necessidades dos outros”. Mais adiante ele cita “Não se pede o excesso, o luxo, e nem somente para si; pede-se para acordar todos os dias não com desnecessária abundância, mas simplesmente com previsões para evitar o desespero”. Donald Spoto nos contextualiza que no período que Jesus viveu, e talvez bastante tempo, o conceito de acumular ou a miséria absoluta não existiam, sendo que o mais empobrecido, sempre tinha o que comer, não sendo faminto ou miserável. Ele escreve: “... o significado de necessidade (...) não previa as terríveis realidades da fome generalizada, que aflige milhões em nosso tempo. Na época de Jesus, a maioria tinha o suficiente, poucos possuíam em excesso e a riqueza era muito rara na vida de qualquer pessoa”.

No capítulo Oração em Forma de Abandono é significativo o conceito de Mistério, quando ele destaca que “...não significa algo exotérico e incompreensível, e sim a profundeza de toda a realidade (...) Mistérios são verdades nas quais estamos incluídos”.

Em Oração em Forma de Serenidade, destaco o conceito de “capitalismo espiritual”, quando se contabiliza o quanto rezou, o que conseguiu com as orações e ele destaca que, ao orar, “Não oramos para encontrar respostas; (...) Nossa tarefa, portanto, é estarmos conscientes do caminho diante de nós do que da senda trilhada”. E é nesse capítulo que ele comete seu erro ao exigir como matemática “a existência de um Deus”.

Na Oração em Forma de Amor ele é coerente com o Evangelho e categoricamente cita: “Nunca ninguém viu a Deus; se nos amarmos uns aos outros, Deus vive em nós (...) Os que dizem ‘amo a Deus’ e odeiam seus irmãos e irmãs [isto é, qualquer pessoa] mentem; pois aqueles que não amam um irmão ou uma irmã a quem viram não podem amar a Deus que não viram”.

E nesse capítulo, inconscientemente, ele corrige seu erro “contra” os ateus. Aqui ele faz uma citação sem citar a “crença” em um D'us ou uma Divindade.  Ele diz, “Talvez por isso sempre tenha existido um vínculo entre religião e arte, e seja esse motivo pelo qual até mesmo pessoas que dizem não possuir sensibilidade religiosa buscam o sublime na experiência artística (...) E quando percebo que fui tocado e de certa forma me tornei mais profundo por meio dessa conexão com a fonte criadora (o ser humano, destaque meu) de toda a vida, posso dizer que estou em meu nível mais humano”.

Nesse capítulo ele faz a revelação célebre, inviolável científica e cerne da oração: “A oração pressupõe que estejamos preparados para assumir responsabilidades, especialmente para os que sofrem. Há muitas formas e meios para isso, e alguns indivíduos no mundo moderno juntaram uma profunda vida de oração a uma aliança heroica com os aflitos e oprimidos de maneira extraordinária (...) Os grandes profetas de Israel, Buda, Jesus de Nazaré, Maomé não andaram pelos campos clamando abstrações sobre o significado do amor; aproximaram-se das necessidades humanas e se dedicaram a elas.” Nesse sentido, oração sem ação é vazia, medíocre, sem substância. Faço aqui um complemento significativo citando D. Helder Câmara, D. Paulo Evaristo Arns, D. Pedro Casaldálida, Ir. Doroty, Chico Mendes, Marielle Franco, Lula. Dilma, Pe. Lancelote, Leonardo Boff, Che Guevara, Fidel Castro, Eduardo Suplicy, todos seres de ação. Mas que ação? A da distribuição de renda, do saciar a fome, do encerrar a pobreza, do partilhar. E quem são os medíocres? Bolsonazi, seus filhos, seus ministros, militares que apoiam a ditadura de 1964/1985, Malafaia, Macedo, Claudio Duarte, Soares que mentem e sua ação é para o acúmulo e geração de miséria.

No capitulo a Oração como Forma de Transformação ao citar a busca da religião como forma de mercadoria, de consolo espiritual, ele cita porque Karl Marx comparou a religião como ópio, destacando que “o encontro com Deus não algo reconfortante que acrescentamos a nosso estilo de vida, como dieta e mais facilitada, ou um regime rápido de exercícios aeróbicos”. Nesse sentido observo porque pastores e crentes se afastam de uma religião comprometida com os empobrecidos, com a distribuição de renda, com a partilha, porque eles querem uma “oração capitalista” de petição para seus desejos, pasmem: mundano (ler a Economia do Desejo nesse blog).

Em a Oração em Forma de Silencio ele distingue dois conceitos que achei fundamentais: a Meditação e a Contemplação. Ele conceitua a Meditação como método, procedimento técnico, um passo-a-passo possível em duas formas, a verbal e a mental, sempre vinculada ao pensamento e ao raciocínio. Já a Contemplação seu conceito “não é um estado psicológico rarefeito que se possa imaginar, forçar ou exercer (...) A Contemplação, portanto, não é um método de oração que escolhemos, como podemos selecionar diversas formas de meditação; a contemplação é a simples consciência de Deus, em silencio e tranquilidade”.

O livro é repleto de conhecimento significativo advindo de seres humanos ímpares em conhecimento e ação para repartir e distribuir riqueza, a verdadeira fonte da oração: partilhar a vida material acabando com a fome, a miséria e o acúmulo de riqueza nas mãos de poucos para podermos contemplar a vida vivida comunitariamente.

Para meus leitores e amigos, sim, continuo ateu, mas não ignorante. O subtítulo do livro hoje é para mim: Por que rezei ou Por que vocês rezam, não posso perder a piada. Também não posso negligenciar que minha formação Católica na década de 80, com Leonardo Boff, D. Paulo Arns, D. Helder Câmara, Pe. Miotello, Norli Souza, Nilzo Felisberto, Gladir Cabral na Teologia da Libertação, muitos dos conceitos de Donald Spoto já estavam em processo de significação, o que me deixa feliz poder ler um livro de 2004, com tanto compromisso com a Tradição da Fé.  Amo meus irmãos de Fé, na fé da riqueza partilhada, orada, bendita (e benditos), que gesta vida, e detesto os crentes, na crença da riqueza acumulada, escondida, sem reza, maldita (e malditos) que gesta a morte.


terça-feira, 17 de agosto de 2021

Desvendando o Capitalismo


Fácil desvendar o Capitalismo, basta ler Adam Smith em A Riqueza das Nações. Sim, Eduardo Moreira cita Adam Smith e ao ler alguma coisa nos damos conta que na lógica do mercado ele tinha razão. No entanto, da Escócia do século XVII até o Brasil do século XXI são trezentos anos. Muito mudou, muito se escreveu, muito se interpretou, mas o pior, MUITO NÃO SE ENTENDEU. E Eduardo Moreira referendou o que POUCO SE ENTENDEU e esse pouco é muito.

Nesse sentido é muito prazeroso encontrar alguém que, na distância total, une vidas e projetos de vida e sociedade, confirmando que somos #setentaporcento, portanto uma comunidade não somente quantidade, mas qualidade ratificando o Agir Fora da Caixa.

Nesse box de três livros tive acesso a conhecimentos fundamentais sobre o Capitalismo e sua forma de mover a economia. Claro, que diferente de Adam Smith ou qualquer outro economista, traz indicadores contemporâneos e históricos significativos desde os detentores da força de trabalho, dos detentores dos meios de produção e terras (e como se tornaram detentores), ao mercado, as bolsas de valores e o papel do Estado. Sim, Adam Smith e os liberais que o interpretaram simplesmente não consideram os seres humanos e qualquer forma de vida a não ser a economia e a manutenção das riquezas acumuladas nas mãos de poucos. É, qualquer forma de vida para o capitalista não tem valor maior do que a economia, entendida não somente como riqueza acumulada, mas concentração de riqueza nas mãos de muiiiiito poucos, mediante o trabalho de muiiiiitos muitos.

É interessante como Eduardo Moreira, um jovem, mais que eu pelo menos, escreve e entende o processo do capitalismo e os desvela em linguagem simples aquilo que é contado de forma mentirosa escondida por traz da ideia de ser complexo. O trajeto que ele fez, advindo de dentro do sistema financeiro, trabalhando num banco, operando milhões nas mãos de poucos, durante vinte anos, deixa tudo e se dedica à Educação Financeira destruindo o conceito de ficar rico é acumular dinheiro.

Eduardo Moreira procurou conhecer outras formas de produção e distribuição de riqueza no meio dos empobrecidos, em especial no Movimento dos Sem Terra e descobriu o valor do repartir, do produzir para a comunidade, do ninguém sem casa, sem educação, sem comida a partir da posse coletiva, assentamento ou acampamento, e produzir riqueza para todos. Meu pensamento: - Importante: se não for para todos, não é riqueza. O trajeto de Eduardo Moreira é o mesmo dos que, ao viver na avareza acumulativa de poucos, sempre geradora da pobreza de muitos, deixa tudo e se depara com a realidade. Assim na poética Cristã, D’us se faz ser humano em Jesus, Buda, deixa sua vida de príncipe, Francisco abandona sua vida de jovem rico, Brecht abandona a família rica, Ghandi renega o status de advogado, Irmã Dulce deixa a comodidade do convento, Irmã Doroty se dedica ao meio ambiente e assassinada pelos capitalistas.. Diferente destes, Eduardo não abandona a riqueza, mas a leva para junto dos empobrecidos, criando cursos de formação, criando ações para o MST, ou seja, começa a distribuir sua riqueza sem perdê-la, mas multiplicando-a de forma que os empobrecidos aprendam pela Educação, instrumentalizando-se com as normas do Capitalismo, agregando o valor maior que é a manutenção da vida da comunidade e das pessoas, distribuindo renda.

A Economia do Desejo traz um conhecimento que nos anos 80, já conhecíamos: o capitalismo cria necessidades. Inventa produtos que você não precisa e faz você comprar. Mas nesse livro ele faz algo fantástico. Ele conceitua Desejo e Necessidade. Necessidade, aquilo que me sustenta, que eu preciso e que é perpétuo, preciso para sobreviver, comida por exemplo. Já o Desejo, por definição, é insaciável, somente não se esgota, como também vai aumentando a distância entre o que eu tenho e o que quero ter mais, infindável, gerando assim, a acumulação e consequentemente, o abismo entre os que tem mais e os que tem menos, pior, aos que tem menos, dada ao desejo insaciável, nem as necessidades lhes são supridas. O ditado “Não se acaba com a fome dos empobrecidos porque a ganância dos enriquecidos é insaciável” é perfeito para esse livro.

No livro O que os donos do poder não querem que você saiba, no traz a expressão “Siga o dinheiro”, no intuito de sabermos o caminho que o dinheiro faz. De onde vem e para onde vai e como nossa atenção é desviada para não percebermos como o dinheiro funciona. Nesse livro ele desvela como os donos do poder desviam nossa atenção, como o processo dos mágicos, fazem-nos prestar atenção no que não importa para fazer a mágica acontecer. No entanto a mágica no capitalismo e seu desvio de atenção é para fazer acontecer a fome e a miséria de muitos enquanto poucos tem mais do que precisam. Assim ele nos esclarece que “ A forma mais comum (e mais eficiente) de criticarmos algo é desviar a atenção do que é real para aquilo que queremos fazer o outro ver”, ou seja, nos distingue como percepção e realidade são manipuláveis para nos manter ignorantes e eles ser manterem no poder.

No terceiro livro, na ordem que li claro, Desigualdade & caminhos para uma sociedade mais justa, temos acesso há muitas informações com indicadores estatísticos que entendemos como os capitalistas destroem uma nação, um povo em nome da economia. Senti que nesse livro o autor foi exímio na didática possibilitando um conhecimento significativo que nos permite um salto de qualidade no entendimento do conceito Desvendando o Capitalismo.

Parabéns Eduardo Moreira e suas iniciativas colocando seus recursos financeiros na construção de uma Economia Solidária com base no conhecimento, com a criação do ICL, Instituto Conhecimento Liberta, que podemos fazer cursos e via assinatura solidária proporcionar que pessoas sem condições possam estudar. Mais importante, a iniciativa de agrupar pessoas como Leonardo Boff, Jessé de Souza, Frei David e outros tantos colocando seus conhecimentos a serviço dos empobrecidos pela Economia de Mercado e pelo capitalismo.

E o conceito fundamental: o dinheiro não é riqueza. O que eu invisto financia o quê e a quem? Assim começamos a pensar antes de consumir qualquer coisa. Se quero um planeta saudável, então não devo comprar coisas com agrotóxicos, produtos advindos de mão de obra infantil ou escrava produtos com peles de animais silvestres, produtos que o empregador não remunera com qualidade seus empregados, produtos que o "patrão" acumula renda e que não paga seus impostos, e um conhecimento fundamental quanto a bolsa de valores: comprar ações de quem não planta um pé de alface, ou seja, o mercado da bolsa que a riqueza não é a produtividade, o saciar a necessidade, o produzir riqueza, mas absurdamente concentrar renda a partir do nada

sexta-feira, 30 de julho de 2021

Francisco de Assis: Hermann Hesse

Não tinha a pretensão de escrever uma resenha sobre este livro. Sim um achado recentemente publicado de uma monografia (assim se identifica) de Hermann Hesse em 1908.

A apresentação do livro destaca a admiração de Hermann Hesse por Francisco. Salvo a literatura de Hesse, fantástica, pensei que dada a data, as fontes sobre o santo da natureza serem votadas às crendices, no entanto, Hesse escreve brevemente, mas distingue em seu texto o fato das lendas e isso é significativo. Sim porque após ler Francisco: o santo relutante, sobre o ser humano sem as lendas “santificatórias”, mesmo Hesse pareceria ingênuo, e não foi.

Meu contato com Hesse foi cedo, aos 18 anos com Sidarta Gautama. Tão cedo que pouco entendi a literatura e o Buda. Depois, pouco em seguida, O Lobo da Estepe, esse entendi melhor, tanto no estilo literário, uma estrutura diferente de Sidarta, como um personagem contemporâneo e que me formou o Lobo Solitário e solidário de hoje.

Em Francisco de Assis, 2019, no final há um ensaio de Fritz Wagner (não conhecia) sobre como Hesse fundamentou-se para a pequena monografia, agora publicada em língua portuguesa, o que é significativo para quem quer desvelar os caminhos de um bom escritor e como ele estrutura sua expressão escrita.

Esse livro foge a proposta do poucoempouco.com, que proponho subliminarmente ser ”mais demorado” pois li em uma semana e adorei. 


quinta-feira, 22 de julho de 2021

A Cabala e seu Simbolismo

Ufa!

Nossa!

Fantástico!

Primeiro cabe destacar a importância da série Debates da Editora Perspectiva que colocou o leitor brasileiro em contato com textos significativos e pertencentes à Tradição da pesquisa em diversas  áreas do conhecimento.

Agora sim:

Ufa!

Nossa!

Fantástico!

Levei quatro meses para ler e compreender o conceito da Cabala. Levei um mês a mais faltando sete páginas com receio de termina-lo de tão bom. O livro é repleto de termos judeus, que confesso não memorizei cognitivamente dentro do conceito de "memorização", mas repassei todo o livro com a essência de cada palavra hebraica, sempre muito bem conceituada e contextualizada. Destaco também, que mesmo sendo um livro de fundamentação histórica, li como literatura, mas fugindo do romantismo ficcional ou do academicismo chato. Não sei se isso é produtivo.

A Cabala e seu Simbolismo inicia com a definição exata: “Cabala literalmente tradição”. No texto original Tradição está escrita com letra minúscula e entre aspas. Eu, desde minha especialização em Formação do Ator, 1996/1997, faço distinção entre tradição e Tradição, sendo a primeira com letra minúscula às falsas fundamentações e a segunda com letras maiúscula à fundamentada na história, no registro oral, escrito, mas não velada, com perguntas e poucas respostas, mas sem negar a Tradição. Ambas são divididas por um fio tênue que é indicador de que lado você está: da  esquerda ou da direita, dos empobrecidos ou do enriquecidos, da Democracia Civil ou da ditadura em suas facetas: fundamentalismo religioso, militarismo e economicismo de mercado, e a pior de todas, no centro.

Nesse livro, fica desvelado o papel dos cabalistas em trazer novas luzes ao judaísmo, mas sem negar à Tradição. Isso, o autor traz o conceito de místico como aquele que inova sem ferir o existente, conforme o autor “um místico opera dentro do contexto de tais instituições e autoridades tradicionais”. Sim, desvela o papel da Autoridade Religiosa e dos Místicos. Já com essas duas citações pinçadas pelo que despertou meu interesse, já me senti satisfeito com tal vista de um ponto. Destacando que é a vista de um ponto de um judeu, o autor Gershom G. Scholem. Compreendo que é salutar ler o outro conhecendo o que ele diz, quiçá em sua língua original. Gershom dedica-se ao estudo nos escritos do simbolismo da Cabala produzidos pelos rabinos de várias localidades da Europa. Significativo, pois nos coloca em contato com obras como o Zohar e outros textos que organizaram o pensamento cabalístico, ou seja, o místico da Torah, “A lei”. Sim, o judaísmo vive em torno da Torah, seu livro sagrado. Assim, o judaísmo vai considerar a Torah escrita, aquela que contém o pentateuco: Gênesis, Êxodo, Levítico, Números e Deuteronômio. O judaísmo também reconhece a Torah oral, ou seja, a lei, repassada oralmente. Com isso, após um certo período eles registraram a tradição oral em escrita, o Talmude, dado que nesse processo oral muitas interpretações estavam modificando A lei.

O simbolismo exposto pelo autor é indicador dos “detalhes” que “A lei” se ramificou, deixando claro a existência do bem, D’us e do “outro lado”, sem deixar de questionar porque o Bem deixou o “outro lado” existir, tão pouco o autor se priva e nos traz a doce pergunta quem nasceu primeiro, D’us ou a Torah. Nessa relação o autor nos traz o aspecto dialético, democrático citando “O “outro lado”, evidentemente, não pode ser inteiramente derrotado, salvo numa perspectiva escatológica, e no mundo, tal como é, uma tal derrota total nem seria desejável (...) o outro lado tem um lugar legítimo nesses ritos, os quais servem para manter o “outro lado” dentro dos seus devido limites, mas não para destruí-lo, pois isso só será possível na era messiânica”. Era messiânica para os judeus será quando o mundo estará em paz e o Messias então habitará aqui. A ideia de Messias do judaísmo está em preparar o mundo para a vinda D’le, portanto uma construção do povo judeu, uma sociedade justa. Não, não é uma dúvida do autor, é uma questão pertinente entre os judeus. Esse elemento, junto com outras leituras, dentre elas O livro judaico dos porquês, trouxe-me o caráter democrático entre os judeus (não com os outros povos).

Toda a Torah fala do poder de D’us e os judeus refletem sobre isso cotidianamente. Um destaque que faço é o caráter literário do judaísmo, em que D’us entrega a Moisés as Tábuas da Lei, ou seja, o judaísmo é uma religião de estudo, do código escrito, do qual o próprio D’us se utiliza.

O simbolismo da Cabala traz boas reflexões a partir do rabinato até do ser humano criar um ser como D’us o fez, chamado por eles o Golem, um ser que nunca “dá certo”, pois criado para servir, torna-se perigoso se ultrapassar um determinado tempo de existência. Há registros de três ou quatro lendas do exercício de rabinos criarem Golens e todas acabam mal. Esse último capitulo do livro é muito interessante pois a Cabala e o Judaísmo consideram que a criação pode criar do barro e da água, mas com estudos e humildade entendem a limitação frente ao Criador (não esqueçam: eu sou ateu).

A Cabala e seu Simbolismo, para mim que trabalho com o deslize do conceito (não lembro se esse conceito é de Derridá, Deleuse ou Lyotard) me proporcionou e solidificou como funcionam as instituições, em particular as religiosas, tanto no seu caráter estrutural, mas em particular confirmou a distinção que faço entre Fé, pertencente à Tradição e crença, pertencente à tradição.

Um destaque sobre o caráter democrático do judaísmo (entre eles claro) é a criação do Cristianismo. Jesus, o judeu, nunca disse que o judaísmo era ruim. Como todo bom (e existem) judeu, ele discutia dentro de seu contexto, da sua Fé na Tradição: debater, questionar. Assim o Cristianismo não é criação de Jesus, mas daqueles que interpretaram erroneamente o questionamento do judeu Jesus. Outro fator importante é que um grupo de judeus muito pequeno que tramaram sua morte, infelizmente dentre eles autoridades religiosas. O que o deslize de conceito permite que se estenda até às sociedades civis e suas tradições burguesas de mentir, roubar, explorar e concentrar renda, usando a lei a favor dos ilegais, injustos, acumuladores de riquezas produzidas por todos.

E por fim o autor encerra esse estudo fantástico com a seguinte frase: "O Golem tem sido interpretado como um símbolo da alma, ou do povo judeu, (...) mas a tarefa do historiador termina onde começa a do psicólogo".

quarta-feira, 7 de abril de 2021

Primavera de Angústias

Primavera de Angústias, uma ficção que traz consigo uma característica que aprecio: os personagens são fictícios, o enredo é fictício, mas as leis e os dramas vividos são enraizados na realidade.

Um livro contemporâneo, pois, acontece no contexto do século XXI, suas tecnologias, suas leis e normas.

O primeiro capítulo não é empolgante, que nos leva, óbvio, ao segundo capítulo e aí não se para mais. Cada capítulo nos deixa curioso e realmente nos dá prazer.

A partir do segundo capítulo, a leitura me remeteu a Dan Brow, de O código de Da Vinci, fluida, informativa, dinâmica, instigante.

O enredo faz uma coisa que aprecio, ao ler uma ficção nos informa sobre a realidade. No caso do enredo traz conceitos do Catolicismo, do Espiritismo, da Psicanálise e Parapsicologia, todos indicando como tais correntes se apresentam no século XXI. Assim, envolvidos com uma ficção aprendemos conceitos do comportamento de quem vive conforme essas profissões de fé e de trabalho.

Também os termos em alemão gentilmente traduzidos em notas de rodapé nos familiarizam com este idioma.

Li Primavera de Angústias sem a angustiante necessidade de contestá-lo no todo, observando os valores católicos, espíritas, psicanalíticos e parapsicológicos convergindo numa espiritualidade consensual, de monoteísmo, mover-se inspirado por forças misteriosas mesmo que sobre a "norma do livre arbítrio" ainda nos infere à dependência de forças ocultas ainda não devidamente estudadas e, portanto, nao reconhecidas.

Esse livro, do autor, Paulo Hentz, querido amigo há 20 anos, em que a distância não apaga o afeto e respeito vividos, no momento que eu lhe vendia meu primeiro livro, ele me presenteava, não somente com um livro mas com o carinho preservado nos anos de distância. 

Fora do comentário do livro o que nos levou ao reencontro é uma história de livros. Fui à casa dele buscar livros emprestados há 15 anos, que me foram emprestados há 30 anos. Num processo de partilhar o conhecimento sem perder a origem do primeiro leitor. Assim, Paulo, eu e meu amigo fizemos uma trajetória do bem comum pelo conhecimento literário. Os livros, ao devolvê-los, soube que eram do pai de meu amigo, então livros rodando há 50 anos.

Livros são sempre melhores que armas porque trazem vida.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2021

Agir Fora da Caixa

Primeiro texto do livro: "Esse pequeno livro é fruto do mundo atual, século XXI, a partir de minhas interações nas  Redes Sociais. Na www desenvolvi o conceito Agir Fora da Caixa. 

Diversos diálogos de forma síncrona e assíncrona em diversas plataformas, proporcionam pensar da melhor forma que os seres vivos sabem: as relações sociais. Ninguém produz nada sozinho. Em nenhum campo há produção independente, pois para que isso acontecesse deveríamos nascer prontos, adultos, do nada. Como essa possibilidade é impossível, desde que nascemos interagimos uns com os outros....

Em 1940, uma menina de 9 anos, natural da cidade de Orleans, que vendia roscas que a mãe fazia para o sustento da família, buscava roupas nas casas dos ricos para a mãe lavar, ajudava a estender, recolhia, ajudava a dobrar e a entregar, falou para seus pais: Não quero ter uma vida de lavar, passar e cozinhar. Quero estudar para ser professora. Os pais, um senhor de 60 anos e uma senhora de 45 anos, aceitaram o pedido da filha caçula e a encaminharam para a casa de uma filha, já casada, na cidade de Jaguaruna, para fazer o então Normal Regional. Então o pai faleceu em 1943 e, após a formatura, em 1945, ela voltou para casa da mãe.

Seu primeiro emprego seria lecionar numa comunidade muito distante, que precisava ir de charrete ou a cavalo. Para não deixar a mãe sozinha, ela abdicou do sonho e, com os conhecimentos do Normal Regional, facilmente conseguiu trabalho.

Com uma letra exemplar, passou a ser caixa e preencher as costaneiras, livros de registro contábil da época que indicavam o valor e as mercadorias vendidas, com qualidade pela letra e precisão na matemática. Levava os livros para casa e os preenchia durante à noite. Tal esmero e capricho comoveram o gerente da então Casas Pernambucanas, que ofereceu um aumento de salário para o dobro.

Em 1959, aos 26 anos casou-se. No primeiro papel de esposa, estava passando as roupas do marido e este olhando. Ao terminar de passá-las, o marido disse: - Meu amor, deixa que eu passo minhas roupas. E ela perguntou: Por quê? Não ficou bom? Ele respondeu: Ficou, só que o vinco da calça é na frente. E nunca mais passou roupas.

Na década de 80, trabalhando como balconista em uma loja de roupas e tecidos, o patrão, seu primeiro gerente, fazia um trato com as balconistas. Quem vender com nota fiscal, ganha 2% de comissão e quem vender sem nota fiscal, na época a famosa nota fria, ganha 4% de comissão. Assim, o gerente se tornou patrão de um negócio próprio. A balconista, que estudou para não ser dona de casa, guardava os blocos de notas frias, e na primeira injustiça pessoal, ela levaria o bloco para a receita federal. Ela nunca conseguiu terminar a construção de sua casa.

Nas primeiras décadas do século XXI, aposentada, um filho dela contraiu tuberculose. No trabalho não queriam dar-lhe o direito ao afastamento para tratamento de saúde. Ela pegou o registro de trabalho e foi ao INSS; e identificaram que a empresa recolhia o FGTS dos funcionários, mas sonegava da receita federal. Conseguiu o afastamento do filho, organizou o fisco e conseguiu curar o filho.

A menina de 9 anos é minha mãe. Seu pai de 63 anos e a mãe de 45, meus avós. O homem macho, que brigava em bar, e cozinhava e passava roupas em casa, meu pai.

Lavar, cozinhar e passar roupas, na década de 50, para meu pai e minha mãe era Agir fora da Caixa. Ele sabia fazer, ela não. E eu tenho saudade da comida do Pai.

Casar-se aos 26 e 27 anos, na década de 50, era Agir fora da Caixa, pois a maioria casava e constituía família muito cedo como objetivo e sentido de vida. 

Agir fora da Caixa é um projeto de sociedade que está se construindo há muito tempo, gradativamente, e o conhecimento e o diálogo se mostra importante entre os que vivem o processo de Evolução da Espécie. Os aptos para o bem comum um dia atingirão seu lugar." 

O Editor sugeriu a liberação do e-book, "Palavra é livre... nossa luta é pra que ela continue livre... assim poderá e deverá ser usada e emprenhada por cada um...." (Valdemir Miotello).

Acesse o e-book gratuito na minha conta no issuu  Agir Fora da Caixa ou site da Pedro e João Editores, Agir Fora da Caixa que aceitou a parceria de lançar meu primeiro livro e orientou a liberação do e-book por entender que a "Palavra é livre... nossa luta é pra que ela continue livre... assim poderá e deverá ser usada e emprenhada por cada um..." (Valdemir Miotello). Para adquirir o livro impresso (esgotado e preparando uma reedição ampliada e um próximo com caminhos trilhados na construção do Agir Fora da Caixa) entre contato nos comentários desta postagem.