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sexta-feira, 4 de outubro de 2019

Francisco de Assis: O Santo Relutante

Francisco (1182-1226) de Assis: O Santo Relutante é uma biografia de tirar o fôlego. Contextualiza-nos o período de Francisco, desmitifica as lendas em torno do homem Francisco e desvela a áurea de Santidade, sempre desprovida de humanidade. Isso, a ideia sobre os santos e o próprio Cristo de não pertencerem a este mundo, ludibriando com certa ironia, o humano. Sim, ser Cristo e ser santo está ligado diretamente a ideia de ser o filhinho protegido, que sabe que é poderoso e não vive humanamente. 

Essa biografia de Francisco, com ou sem intenção, justifica o porque de sua singularidade. E não é o viver desumanamente. Não é viver como o filhinho de papai, que faz tudo e o poder o livra. Não, essa biografia mostra o ser humano Francisco. Pensando nos animais citados nas sagradas escrituras e na manjedoura berço do filho de deus, somou dois mais dois e criou o primeiro presépio. Já, não foi o caso da" Oração atribuída a ele, A Oração da Paz, também denominada de Oração de São Francisco, é uma oração de origem anônima. Foi escrita no início do século XX, tendo aparecido inicialmente em 1912 num boletim espiritual em Paris, França".

Além disso, Donald Spoto nos faz conhecer a idade média italiana, as doenças, das quais Francisco foi vítima. Sujeito aos problemas de seu tempo e, humanamente com todas as limitações daquele contexto, ser Francisco de Assis e não o jovem romântico retratado na arte, no cinema, limpinho, bonitinho. Jesus que o diga. De judeu virou um italiano de olhos azuis, loiro e alto. Depois um estadunidense com as mesmas características. É isso que essa biografia faz: biografar sem romantizar ou teologizar. Esse Francisco doente se faz santo relutante, justamente por saber-se humano.

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