Em minha rede social no facebook tenho
poucos amigos, colegas e conhecidos, o que faz dela um lugar tranquilo de
pessoas especiais. Nela tenho acesso a informações preciosas da vida pessoal
como de locais a visitar, fotografias, página a seguir e livros para ler. Os
Judeus e as Palavras foi indicado por Gladir Cabral.
Para entender o processo desta resenha, primeiro li o livro, claro e
depois, aleatoriamente pincei algumas citações para escrever.
Nesse livro escrito por judeus seculares, pai, romancista, e filha,
historiadora, fugindo do senso comum no judaísmo Pai e Filho, Aluno e
Professor, “Secularismo é uma compreensão diferente do homem no mundo, uma
compreensão não religiosa”. (pag. 18. APUD. Yizhar Snilansky, in A coragem de
ser Secular) e compreendem que a “Bíblia hebraica é uma magnífica criação
humana. Unicamente humana. Nós a amamos e questionamos” (pag.18). Isso mesmo. A
palavra os faz mais judeus do que a consanguinidade. Assim não se entendem
“puros” na sua evolução, que por ser evolução é sempre um a partir do outro,
tanto na cultura, na genética. Por isso estimam “a literatura ‘gentia’ e um bocado
que não nos agrada nas tradições judaicas. Muitas escrituras, inclusive a
Bíblia com toda sua eloquência, ostentam opiniões que não podemos aprofundar e
regras que não podemos obedecer. Todos os livros são falíveis” (Pag. 20). Isso
mesmo, eles se entendem como formados e em formação a partir de outros povos,
tanto na genética e mais na palavra.
Até aqui o livro já me encheu de felicidade.
Quando se chega ao capítulo 2-Mulheres Vocais as palavras se tornam mais
doces. Sim, os autores dão voz às mulheres. E começam indicando que o Cântico dos
Cânticos “Talvez seja de Salomão, mas de uma maneira diferente. Dedicado a
Salomão. Escrito para Salomão” (pag.71). Não é maravilhoso! Com análise das frases
hebraicas e algumas pequenas alterações eles sugerem que o erótico do livro de
uma mulher se dirigindo a Salomão: “O Cântico dos Cânticos catarei para
Salomão, o que flui suavemente para: Que ele me beije com os beijos de sua boca
– pois teu amor é melhor do que o vinho”. (pag.72). Assim o erotismo do Cântico
dos Cânticos saí de um louvor erótico a D’us e passa a ser um poema erótico
entre seres humanos, em especial, escrito por uma mulher. E destacam mais
mulheres, como os “Dois livros, Rute e Ester, recebem nomes de mulheres. O
Cântico dos Cânticos, conforme sugerimos, pode ter sido narrado por uma mulher.
As mulheres israelitas documentadas não são incontáveis, mas requerem contagem,
e certamente contam” (pag. 83).
No capítulo 3 – Tempo e Temporalidade os autores, seculares, indicam que
os judeus interessam-se pelo tempo desde tempos imemoriais, mas ressaltam “
Todas as civilizações são profundamente preocupadas com seu passado: é este,
entre outras coisas, que faz com que sejam civilizações”(pag. 118). E como
citei a pouco, da evolução ser um movimento a partir de outros, ao voltar
indica que “... o passado judaico está fortemente entrelaçado com os passados
de outros povos” (pag.120).
Bem, o livro forma uma leitura muito agradável sobre o judaísmo, inclusive
esse termo judaísmo e sua conotação referente à religião. Também traz uma
reflexão muito interessante sobre a criação do indivíduo único e todos serem
únicos a ponto de se salvar uma vida significa salvar a todas, já que cada um é
singular e representa um mundo inteiro.
Enfim, o livro é um olhar diferente pela vista de um ponto de judeus. Um bom complemento aos 1º livro judaico dos porquês e 2º livro judaico dos porquês
E muito legal, no final do livro tem um glossário com termos judaicos, como por exemplo: Kashrut: Listagem geral dos alimentos que podem ser consumido, em especial pratos que levam carne, e instruções para sua preparação. Ver Koscher. (pag.238)
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