Há um bom tempo venho me divertindo com jogos para PC. Divertindo e aprendendo. Os jogos que contribuíram com meu imaginário foram o peão, a carretilha (carrinho de rolimã), a pandorga (pipa ou papagaio), a bolinha de vidro (pêca ou de gude), o esconde-esconde, a trilha, a dama, o dominó, a caxeta, o pife, a canastra, a rolhada, o mau mau, o banco imobiliário, o taco, o futebol, o cipó...
Assim, as regras que os jogos de minha infância ensinaram, também valem para jogar no PC. E penso que se vamos desfrutar de algo para assimilar regras, a coisa já fica um tanto enfadonha. No entanto se aprendo regras para desfrutar de algo, então é porque aquilo me interessa, me dá prazer, me serve. Assim, se minha imaginação viaja, cria espaços ou pega emprestado do cinema, da TV, da revista em quadrinhos ou outra referência qualquer, é porque estou interagindo, estou envolvido, estou feliz. Portanto oGosto muito de jogos. E hoje, gosto muito de jogos no PC. Sou aficcionado por Out Laws, Tomb Raider e Quake. Recentemente descobri um jogo chamado “80 days”, baseado na obra A volta ao mundo em 80 dias, de Julio Verne. Mas deixa eu fazer uma pausa neste assunto, depois retomo.
Assim, as regras que os jogos de minha infância ensinaram, também valem para jogar no PC. E penso que se vamos desfrutar de algo para assimilar regras, a coisa já fica um tanto enfadonha. No entanto se aprendo regras para desfrutar de algo, então é porque aquilo me interessa, me dá prazer, me serve. Assim, se minha imaginação viaja, cria espaços ou pega emprestado do cinema, da TV, da revista em quadrinhos ou outra referência qualquer, é porque estou interagindo, estou envolvido, estou feliz. Portanto oGosto muito de jogos. E hoje, gosto muito de jogos no PC. Sou aficcionado por Out Laws, Tomb Raider e Quake. Recentemente descobri um jogo chamado “80 days”, baseado na obra A volta ao mundo em 80 dias, de Julio Verne. Mas deixa eu fazer uma pausa neste assunto, depois retomo.
Tenho dois filhos de 7 e 5 anos. Eles desde cedo, 3 e 2 anos, já brincam no computador. Jogam paciência, xadrez, paciência spider, dentre outros. O critério é não usar joguinho de CORRIDA (leia-se competição), ARMA e LUTA (leia-se violência). Eles entendem isso, mas mesmo assim, assimilaram o desejo de interagir com jogos desta natureza, já que os dois são fãs dos Power Rangers e outros personagens da TV aberta, voltados para a violência.
Bem voltamos então para o “80 days”. Assim que encontrei este jogo na banca, não hesitei, comprei. Não conhecia o jogo e a primeira surpresa foi o idioma: é todo em inglês. Não tem violência, arma ou luta. Bem então instalei no computador e o jogo às crianças.
Conhecedor da história, começamos a jogar. Fomos nos colocando no jogo e procurando entender sua lógica. O jogo começa com o mapa mundi, o ponto de partida, o Cairo, depois Bombain, na Índia, Yokohama, no Japão, São Francisco, nos Estados Unidos e Londres, na Inglaterra. O jogo é todo voltado para o diálogo. Os lugares têm pessoas e devemos interagir com elas. Vamos nos relacionar com os nativos, com os estrangeiros, com policiais, e outros personagens que vão surgindo, trazendo segredos, desafios, mistérios. As construções, o maquinário, as decorações, tudo conforme o século XIX. Tudo elaborado com a idéia científica Verniana, com gráficos desenhados com um refinamento de espantar. Precisamos desvendar mistérios para poder seguir viagem.
Algumas situações do jogo:
No Cairo, Sherazade é uma jovem prisioneira que é salva pelo protagonista do jogo, Oliver.
No trem para Bombain encontramos uma princesa russa, um vampiro, quatro escoceses que são a chave para o tesouro da princesa. Importante: a princesa é uma senhora..
O critério do jogo é conversar com as pessoas. Então, como estrangeiros em um país diferente, dicionário à mão e vamos em busca das palavras chaves para entendermos o que fazer.
No meio do caminho, há lugares em que encontramos jóias, dinheiro, relógio que são mercadorias que necessitaremos para comprar carros, camelos e tapetes-voadores ou mesmo salvar nossas vidas. Precisamos ao final do dia voltar ao hotel e pagar pelo quarto em que descansaremos, garantindo assim a energia para continuar busca.
Há também surpresas como ter que tentar abrir portas, comprar lanches como hot ratter (rato quente) que também garantirão nossa energia durante a estada na cidade.
À medida que vamos desvendando mistérios, vamos encontrando códigos, hábitos e símbolos da cultura local. Nestes encontros, conforme as perguntas vou explicando como a cultura local se comporta, o tempo em que estamos no jogo (SEC XIX), porque temos que fazer determinadas ações, expressões do idioma local e porque temos que nos comportar com discrição e pesquisar tudo que possamos encontrar.
Tem dias que chego em casa, isso não sistematicamente, e um deles fala do que descobriu e o que falta para chegarmos ao Japão ou São Francisco para ver os índios e os cowboys.
Neste momento estamos em Bombain (Mumbai) e conversamos sobre porque os Índios moram na América e porque os hindus não são chamados de índios? Há elefantes para nos deslocarmos, templos para fazer oferendas. Devem-se respeitar as vacas que estão por toda a cidade.
Relações que se estabelecem.
Brincadeira, para nós três, nos abandonamos a ponto de esquecermos o tempo.
Atividade de Ensino e Aprendizagem, para o professor, eu;
Atividade lúdica, ética, afetiva, entre pai e filhos.
Tudo acontecendo simultaneamente. Sem parar para prova, nota, mas com muita intensidade de afetos e desafetos. Mas sem querer ganhar ou chegar primeiro. Legal é que volta e meia O Gabriel diz - Pai, hoje no volta ao mundo eu descobri tal coisa... E o João Ricardo, em seu porocesso de alfabetização, está se familiriazando com os rudimentos da língua inglesa e sainda da leitura de símbolos para a leitura de texto.
O menor, 5 anos, tem se demonstrado mais impetuoso em experimentar, desvendar. O maior, 7 anos, alfabetizando-se, complementa e auxilia na identificação de códigos, desde o inglês até os sinais em sânscrito que se repetem, e também é muito impetuoso.
Todos nós aprendemos as operações básicas de manuseio do PC, como teclas fundamentais, utilização do mouse, explorar o ambiente exposto no monitor, bem como os nomes relativos a cada peça ou função. E no caso das crianças, eles dão um salto qualitativo de um dia para o outro de forma admirável.
No caso deste jogo o locomover-se, a lateralidade, a temporalidade, o relevo, o clima, os hábitos locais, a perspectiva, a cartografia, a estética (os gráficos são belos), a lógica (algumas situações são análogas em cidades diferentes, instigando à memória e dando deixas para novas operações) e uma conviver com o dicionário.
E o mais significativo que destaco: a vontade de chegar na próxima cidade e conhecer os outros costumes e utilizar o que aprendeu na cidade anterior.
Enfim há muito a explorar, tanto no jogo como na relação com meus filhos. Fica a dica para quem quer curtir os filhos, aprender com o computador e dar uma boa estudada em Julio Verne, SEC XIX, aventuras e muito mais.
Em tempo 1! Os jogos no computador são só mais um elemento de diversão que não descartam as outras brincadeiras. Também não são mágicos nem a solução para uma aprendizagem significativa. Pois são há aprendizagem de qualidade com uma mediação de qualidade. Assim, não é toda literatura que é de qualidade, nem todo filme, nem todo teatro, nem todo brinquedo, nem toda piada. A qualidade está nas possibilidades que o ser humano tem de sorver as potencialidade de um objeto. Faço este destaque, para termos consciência que tanto podemos fazer uma educação de qualidade, ensinando em lombo de búfalos, como na Nicarágua dos anos 80 ou em salinhas de pau-a-pique nos sertões freirianos, como também podemos ter a máquina mais avançada e não extrair toda a sua potencialidade.
Também saliento que pensar educação de qualidade sem pensar cidadania, fim da miséria, distribuição de renda, e extinguir a palavra inclusão e pensar em transformação.
Em tempo 2! Há outros jogos nas bancas de revistas que podem ser interessantes. Wars and Warriors Joan of Arc, ambientado na Idade Média, Age of Pirates, ambientado nos Sec. XVII. Este é um site que disponibiliza versões demos de vários jogos. http://educagames.blogspot.com
Leituras que indico:
Bergie, Jacques, Louis Pauwels. O DESPERTAR DOS MÁGICOS. 1967, Difusão Européia do Livro;
Brown, Dee. ENTERREM MEU CORPO NA CURVA DO RIO, 1974, Circulo do Livro;
Ceram, C.W. DEUSES, TÚMULOS E SÁBIOS. 1960. Editora Melhoramentos;
Leontiev, Alexei. O DESENVOLVIMENTO DO PSIQUISMO. 2004. Centauro Editora;
Verne, Julio. A VOLTA AO MUNDO EM 80 DIAS.
Este texto está publicado no http://culturanateia.blogspot.com/
Olá Ricardo,este texto é ótimo para ser lido e debatido com professores alfabetizadores. Esta interação leva a uma aprendizagem prazerosa, significativa e motivadora, além de desenvolver as potencialidades das crianças e redimensionar o papel do professor.
ResponderExcluirJá pensou implementar nas salas de aula momentos prazerosos assim onde professor e alunos prendem juntos. Seria a escola dos sonhos de Rubem Alves.
Quanto prazer em estar na sala de aula!
A partir deste, sugiro um texto para entender e compreender o compromisso social da escola como produtora do conhecimento e formadora de futuros cidadãos. O que achas? Então mãos a obra!
Brilhante post!!! 80 days é um adventure perfeito. Para mim só perde para o lendario Assassins Creed, na qual o personagem Arabe "Altair Ibn la Ahad" viaja por 3 cidades históricas do oriente médio. Alias os detalhes arquitetônicos das 3 cidades impressionam e muito. Enfim, dois grandes jogos! :)
ResponderExcluirOi Junior. Legal mesmo esse jogo. As crianças (meus filhotes) continuam jogando e curtindo muito os gráficos, os desafios muito instigantes.
ExcluirUm abraço
Por favor, se você puder me ajudar estou na fase do japão e não consigo sair do começo. Onde tem que pegar uma carta. Os guardas sempre me pegam
ResponderExcluirDepois de pegar a carta, a saída é ajanela. Suba no espaço que tem logo ao descer a escada e abra.
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