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quarta-feira, 7 de abril de 2021

Primavera de Angústias

Primavera de Angústias, uma ficção que traz consigo uma característica que aprecio: os personagens são fictícios, o enredo é fictício, mas as leis e os dramas vividos são enraizados na realidade.

Um livro contemporâneo, pois, acontece no contexto do século XXI, suas tecnologias, suas leis e normas.

O primeiro capítulo não é empolgante, que nos leva, óbvio, ao segundo capítulo e aí não se para mais. Cada capítulo nos deixa curioso e realmente nos dá prazer.

A partir do segundo capítulo, a leitura me remeteu a Dan Brow, de O código de Da Vinci, fluida, informativa, dinâmica, instigante.

O enredo faz uma coisa que aprecio, ao ler uma ficção nos informa sobre a realidade. No caso do enredo traz conceitos do Catolicismo, do Espiritismo, da Psicanálise e Parapsicologia, todos indicando como tais correntes se apresentam no século XXI. Assim, envolvidos com uma ficção aprendemos conceitos do comportamento de quem vive conforme essas profissões de fé e de trabalho.

Também os termos em alemão gentilmente traduzidos em notas de rodapé nos familiarizam com este idioma.

Li Primavera de Angústias sem a angustiante necessidade de contestá-lo no todo, observando os valores católicos, espíritas, psicanalíticos e parapsicológicos convergindo numa espiritualidade consensual, de monoteísmo, mover-se inspirado por forças misteriosas mesmo que sobre a "norma do livre arbítrio" ainda nos infere à dependência de forças ocultas ainda não devidamente estudadas e, portanto, nao reconhecidas.

Esse livro, do autor, Paulo Hentz, querido amigo há 20 anos, em que a distância não apaga o afeto e respeito vividos, no momento que eu lhe vendia meu primeiro livro, ele me presenteava, não somente com um livro mas com o carinho preservado nos anos de distância. 

Fora do comentário do livro o que nos levou ao reencontro é uma história de livros. Fui à casa dele buscar livros emprestados há 15 anos, que me foram emprestados há 30 anos. Num processo de partilhar o conhecimento sem perder a origem do primeiro leitor. Assim, Paulo, eu e meu amigo fizemos uma trajetória do bem comum pelo conhecimento literário. Os livros, ao devolvê-los, soube que eram do pai de meu amigo, então livros rodando há 50 anos.

Livros são sempre melhores que armas porque trazem vida.

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