Me disseram que tu vais embora
Todo o vale começa a chorar
A alegria que havia no vale
Nós sabemos que tu vais levar
Teu sorriso era o meu sorriso
O meu sol eras tu meu amor
Todo o vale vermelho hoje chora
Solidário com a minha dor
Mas se um dia quiseres voltar
Estarei te esperando meu bem
Para o vale vermelho de sangue
Voltará a alegria também
Hum, hum, hum
Para o vale vermelho de sangue
Voltará a alegria também
https://depoucoempouco.blogspot.com/2021/11/textos.html
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sexta-feira, 2 de outubro de 2009
Vale do Rio Vermelho (Trio Melodia)
quinta-feira, 1 de outubro de 2009
Verônica.
Eu - E aí como é teu nome?
Ela - Verônica.
Eu - Por quê estás vendendo rifa?
Ela - Para ajudar na operação de meu filho que tem hidrocefalia,... E contou tudo que está na matéria. Monstrou-me a foto do filho. E arrematou: - e este é meu outro filho que faleceu.
Eu - (Silêncio, já com aquele nozinho na garganta)
Meu colega Luiz, no meio daquele silêncio, tenta ajudar e pergunta:
Ele - E o teu marido? Não te ajuda?
Ela - Meu marido suicidou-se, depois de dezoito tentativas. Ele era alcoolista.
Aí acabou! Como pode uma mulher rir e ter forças para continuar lutando? Pedindo, fazendo rifas, sendo cordial com as pessoas e com bom humor ainda rir comigo da própria desgraça? Verônica! Verônica! Verônica!
Hoje abro o jornal e lá está Verônica. Estudando. Com mal de Parkinson! Verônica. Há quem me pergunte: Por quê tu insiste tanto em que as pessoas tem que estudar. Respondo com Verônica: Não sei. Só sei que todos os que querem ser alguém na vida como Verônica procuram o estudo para serem melhores. Eu diria a Verônica: Dra Verônica. E com certeza ela me responderia: Ainda tenho muito que aprender.
Aprendamos com Verônica, quem não quer estudar, que experimente um décimo do doutorado da vida de Verônica. Será que aguentam ou fugiriam como fogem da escola, da universidade, dos livros.
Verônica me ensina...Aqueles minutos em que comprei a rifa dela já tinham me tocado profundamente, hoje vendo-a estudando, como diria o Pratts - Hai de quem reclamar de estudar!
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
Minha mãe
Essa mulher só pode ser especial. Mesmo com seus medos doidos de trovoada, de por a culpa em alguma coisa que comeu, de não ir ao médico ou se quer ouvir minha opinião. Tudo remete a Deus. Não se apega a mais nada. Quando não tem saída, fala de Deus. E Deus que se cuide, porque se Ele não existir “ta” ferrado, porque ela vai reclamar.
Mas não é por isso que escrevo sobre minha mãe. Dia desses, conversando com meu filho mais velho, fiz uma viagem no tempo. Fui até minha infância e adolescência, e fato conhecido era o alcoolismo do meu pai. Desde que me conheço por gente, dos cinco anos de idade, 1970, até quando saí de casa aos 26 anos, 1991, meu pai chegava bêbado, xingava minha mãe de puta para baixo, botava a gente para correr. Lá pelas quatro horas da madrugada, depois de vagar pelas ruas dormíamos na casa de alguém conhecido ou voltávamos para casa. Meu pai já dormindo, luzes apagadas, meus irmãos abriam uma janela e me colocavam dentro de casa, e eu, pé-ante-pé, com um medo louco, abria a porta para eles entrarem. Ficávamos um pouco na cozinha, ríamos da situação, do corridão do pai e íamos dormir todos trancafiados no mesmo quarto. Isso lá pelas cinco da manhã. Em seguida levantávamos para ir à escola e minha mãe para o trabalho. Ela era balconista de lojas de tecido. Meu pai, voltava as dez horas e preparava o almoço. Ali ele começava a beber. Mas era sagrado, não falhou um dia em beber e não falhou um dia em fazer o almoço. Minha mãe, nesses anos todos, nunca levantou a mão para um filho. Nunca bateu em um de nós. Sequer disse um palavrão. Nunca! Jamais descarregou em nós suas tristezas. Manteve-se firme em seu propósito de família e trabalho. E para completar, sempre nos ensinou a respeitar nosso pai. Depois que crescemos jamais admitiu que levantássemos a mão para ele. Sempre dizendo que ele não era assim, que ele fora da bebida era um bom homem. Nunca entendemos. Nunca desrespeitei seu pedido. Para ajudar, na velhice, cuidou dele em sua deteriorização alcoólica. Durante oito anos tomou conta dele, sem ajuda dos filhos, medicando, levando para hospitais e no fim de sua vida ele pediu perdão a ela, e faleceu segurando sua mão.Minha mãe!
Hoje quando chamo a atenção de meus filhos, fico envergonhado por perder a paciência, então lembro como minha mãe nos cuidou e peço desculpas a eles, não por lhes chamar a atenção, mas por ser ríspido.
Minha homenagem a essa mulher, que talvez pudesse ter se separado, mas tinha medo do rótulo “separada” e como a sociedade veria os seus filhos. Sofreu, sofremos. Poderia ter sido melhor, mas ficar junto foi a única maneira que ela conhecia em ser família. Minha mãe.
Mas não é por isso que escrevo sobre minha mãe. Dia desses, conversando com meu filho mais velho, fiz uma viagem no tempo. Fui até minha infância e adolescência, e fato conhecido era o alcoolismo do meu pai. Desde que me conheço por gente, dos cinco anos de idade, 1970, até quando saí de casa aos 26 anos, 1991, meu pai chegava bêbado, xingava minha mãe de puta para baixo, botava a gente para correr. Lá pelas quatro horas da madrugada, depois de vagar pelas ruas dormíamos na casa de alguém conhecido ou voltávamos para casa. Meu pai já dormindo, luzes apagadas, meus irmãos abriam uma janela e me colocavam dentro de casa, e eu, pé-ante-pé, com um medo louco, abria a porta para eles entrarem. Ficávamos um pouco na cozinha, ríamos da situação, do corridão do pai e íamos dormir todos trancafiados no mesmo quarto. Isso lá pelas cinco da manhã. Em seguida levantávamos para ir à escola e minha mãe para o trabalho. Ela era balconista de lojas de tecido. Meu pai, voltava as dez horas e preparava o almoço. Ali ele começava a beber. Mas era sagrado, não falhou um dia em beber e não falhou um dia em fazer o almoço. Minha mãe, nesses anos todos, nunca levantou a mão para um filho. Nunca bateu em um de nós. Sequer disse um palavrão. Nunca! Jamais descarregou em nós suas tristezas. Manteve-se firme em seu propósito de família e trabalho. E para completar, sempre nos ensinou a respeitar nosso pai. Depois que crescemos jamais admitiu que levantássemos a mão para ele. Sempre dizendo que ele não era assim, que ele fora da bebida era um bom homem. Nunca entendemos. Nunca desrespeitei seu pedido. Para ajudar, na velhice, cuidou dele em sua deteriorização alcoólica. Durante oito anos tomou conta dele, sem ajuda dos filhos, medicando, levando para hospitais e no fim de sua vida ele pediu perdão a ela, e faleceu segurando sua mão.Minha mãe!
Hoje quando chamo a atenção de meus filhos, fico envergonhado por perder a paciência, então lembro como minha mãe nos cuidou e peço desculpas a eles, não por lhes chamar a atenção, mas por ser ríspido.
Minha homenagem a essa mulher, que talvez pudesse ter se separado, mas tinha medo do rótulo “separada” e como a sociedade veria os seus filhos. Sofreu, sofremos. Poderia ter sido melhor, mas ficar junto foi a única maneira que ela conhecia em ser família. Minha mãe.
segunda-feira, 22 de junho de 2009
Jogos no computador. Viajando com Julio Verne
Há um bom tempo venho me divertindo com jogos para PC. Divertindo e aprendendo. Os jogos que contribuíram com meu imaginário foram o peão, a carretilha (carrinho de rolimã), a pandorga (pipa ou papagaio), a bolinha de vidro (pêca ou de gude), o esconde-esconde, a trilha, a dama, o dominó, a caxeta, o pife, a canastra, a rolhada, o mau mau, o banco imobiliário, o taco, o futebol, o cipó...
WEBTVeducativaSC - Uma proposta para o ensino em Santa Catarina
A escola nas telinhas: streaming na educação
- Crianças!!! ATENÇÃO!!! Por favor!!! Está no quadro a matéria. Escrevam rápido, pois preciso apagar para continuar o resto do texto e tudo mudou!
E assim preciosos minutos de aula tornam-se pó de giz. Para quem aprendeu a ser professor com Paulo Freire, a quem a aprendizagem está intimamente ligada a realidade e com Leontiev que nos indica em sua Teoria da Atividade que, historicamente, fazemos e nos refazemos em atividade, em movimento. Estaremos longe destes dois educadores se nos distanciarmos absurdamente da realidade dura dos empobrecidos, da fome, do tráfico, do trabalho infantil, da exclusão.
Enquanto se ensina como escrever, tanto na gramática como na ortografia, longe da realidade, próximos do fracasso, próximos da miséria, longe da cultura,... As tecnologias estão por aí. Nos celulares, nos caixas de banco, nas máquinas digitais, nas câmeras de vídeo, nos computadores, nos softwares livres, nos sítios da internet.
Os jovens querendo novos desafios, aprender brincando e produzindo conhecimento sério. As rádios que já foram piratas, hoje são acessadas na internet, sem grilo, sem infrações, sem grandes equipamentos e custos. E muita, muita criatividade e autoria. Pode se ter uma rádio por cômodo em casa. E tudo bem! Com a mesma facilidade, podemos ter uma WEBTV e colocar no ar, uma programação própria, única, particular.
E porque não na escola? A aula de trabalho em grupo para produzir um jornal na TV de papelão, uma aula em que o grupo produz um jornal para ser transmitido em circuito interno ou on line ? A pesquisa escrita sobre o córrego poluído do bairro, pode ser o documentário com entrevistas, imagens e enquete. Além do teatro, pode ser a novela, o seriado ou o programa de perguntas e respostas entre turmas. Isso não é mais sonho. Isso é a realidade possível, com custo baixo e motivação alta.
Na Nicarágua no final dos anos 70 e início dos 80, lecionava-se em lombo de búfalo. Na escola Freiriana do interior dos sertões, ensinava-se e aprendia-se sob a sombra das mangueiras. Nas favelas, porões se transformavam em salas de aula. Nos bairros, garagens serviam de salas para alfabetização de adultos. A década de 80 foi pobre em recursos mas muito rica em iniciativas populares, tais como à escolaridade, a alfabetização, à cidadania, direito ao conhecimento produzido historicamente.
Salve o Vicentinho (operário,sindicalista, deputado e advogado) que completou os estudos no Telecurso 1º e 2º grau.. Fez-se sindicalista nas formações do sindicalismo e tornou-se advogado, graças ao Telecurso na TV aberta. Ele uniu os conhecimentos do sindicalismo, o Escolar usando a tecnologia da época. Daí observa-se o poder da imagem televisiva em promover o aprendizado.
A televisão inserida no contexto escolar é a conseqüência natural da aprendizagem. Analogamente, a escrita em papel, foi transferida para o mundo virtual dos editores de texto. Os displays são nosso modo de interagir alfabeticamente. A imagem e o texto escrito estão numa associação dinâmica de comunicação. A lousa deve dar lugar ao vídeo.
Nossos cérebros, ou seja, nós, estamos mais hábeis no decifrar códigos. É tudo muito bonito, prazeroso e objetivo. Mas isso não é alfabetizar.
Num processo de aprendizagem, ler é mais do que decifrar. Ler é interpretar, criar. É sair da condição de espectador, consumidor e coloca-o como ator, produtor, cidadão. O grau de escolaridade deve qualificar e elevar os níveis de desenvolvimento humano em diversas áreas da vida social.
A WEBTVeducativaSC possibilitará um avanço no processo de aprendizagem. Utilizar a linguagem da Televisão de forma pedagógica, significa fazer dos instrumentos do trabalho televisivo, instrumentos de aprendizagem do trabalho docente. A linguagem televisiva qualifica o processo de aprendizagem, porque,tendo como fonte principal a imagem em movimento, agrega a esta, elementos como o som, a luz, o roteiro, a edição, o trabalho em grupo, com a finalidade de potencializar uma mensagem. A imagem é um instrumento imediato de informação, criação e recriação, sendo que num contexto televisivo a imagem se potencializa e potencializa tudo que lhe é inerente, principalmente o conteúdo. Ao integrar os conceitos científicos disciplinares a estes conteúdos, se estabelece uma Atividade de Aprendizagem qualificada, dinâmica, lúdica e produtiva, potencializada pelo poder de persuasão da linguagem televisiva. Outro aspecto positivo da integração WEBTV e sala de aula, está na distribuição de tarefas: desde a elaboração da parte física como os operadores de câmeras, iluminadores, cenógrafos, etc, até a criação de uma programação ou da edição de um programa, estabelecem-se Atividades de Aprendizagem produtivas e eficazes na apropriação dos conceitos científicos disciplinares. A avaliação será mais eficaz, pois a TV concretiza o ato de ver-se com a gravação. Ver-se é imprescindível no processo de aprendizagem. É o causador da reflexão. Essa condição dada pela TV, caracteriza-se como um instrumento qualitativo para a avaliação da aprendizagem e do ensino.
Com isso, à função de ensinar rudimentos, somam-se as de organizar, gerir o conhecimento do educando com mais qualidade. Já algum tempo os estudantes chegam na escola com conhecimentos científicos qualificados. Os meios de comunicação (leia-se TV Aberta) colocaram dentro de casa muito do conhecimento científico, o que faz da escola um lugar para avançar o aprendizado e não para começar o aprendizado. Assim, o professor será mais especializado, porque o estudante já vem mais especializado. A escola será produtiva na Ciência, no Esporte, na Arte. Quanto mais “veloz” o instrumento, mais veloz o pensar.
Como será a escola com WEBTV?
Sabe-se que o professor é um trabalhador incansável, pesquisador das possibilidades ao seu alcance para um aprendizado de qualidade. Com quadro-negro e giz, educou-se muita gente e com esse parco recurso, transformou-se o mundo. O mimeógrafo, o retro projetor, o projetor de slides, os cartazes com cartolina e papel craft (pardo), o recorte/colagem de figuras, os pincéis atômicos, a máquina fotográfica analógica, os vídeos cassetes, os aparelhos de DVDs, todos esses recursos foram (e são) instrumentos a serviço da aprendizagem.
Atualmente, a cada seis meses, as tecnologias aprimoram-se, superam-se. Podemos ver, quantos blogs, fotologs, sítios, por aí a fora (virtualmente), nos trazem informações de professores e seus relatos on line ocupando o mundo virtual com seu poder de educar no mundo “real”. De novo, o professor por conta própria, investe nos recursos disponíveis, reinventa-se, para qualificar o aprendizado. Nós professores sabemos que é pelo conhecimento que se qualifica a existência humana.
Então, como seria a escola nas telinhas? Seria assim: - Crianças, atenção por favor! Vamos trabalhar em grupos. O grupo A, fica com a máquina fotográfica digital. O grupo B, com a filmadora. O grupo C, confere os sítios e repassa os textos para todos. O grupo D,... E assim por diante. Bem o conteúdo, cada grupo de professores organiza suas Atividades de Aprendizagem[1] e em parceria com seus alunos crie documentários, programas, entrevistas, blogs, fotologs, sítios, exposições de arte, teatro, vídeos, etc[2].
A WEDBTVeducativaSC formará nossos professores “Pasquales”, com programas dedicados a todas as disciplinas escolares, aos grupos de pesquisas disciplinares, aos alunos que sabem ensinar. Possibilitará ao educando do oeste do estado acessar o conteúdo de Artes das escolas do sul. Conversará com outros estudantes em cidades e países em tempo real e terão ciência de como eles se deparam com os conceitos das mais variadas disciplinas. Tudo isso numa programação em que todos estarão contribuindo interativamente 24horas. Programações locais, debates ao vivo, tudo em conformidade com os padrões de comunicação (cientificamente produzidos nas redes de telecomunicação) em que os conceitos científicos estarão em receitas culinárias, transmissões esportivas escolares, programas de radioweb, festivais de música, videoclipes. Uma verdadeira transformação no modo de ensinar e aprender. A Secretaria de Estado da Educação orientará o eixo norteador da concepção de aprendizagem histórico-cultural, que garantirá o caráter autoral das transmissões regionais e “filtrará” as iniciativas de cunho racista, homofóbico, segregador ou de cunho político partidário.
A formação continuada para professores será praticamente em tempo real com uma abrangência estadual, numa troca de experiências jamais vista na história. Tudo isso é claro se o Estado não fingir que investe em educação, se o professor não fingir que ensina e o educando não fingir que aprende.
Das paredes das cavernas, dos quadros-negros, dos retro-projetores, dos projetores de slides, dos datashows, chegou a hora da WEBTV em streaming, porque o futuro chegou e esta é agora a educação de qualidade nas escolas públicas.
[1] Sim grupos de alunos e grupos de professores. Porque é contraditório e contraproducente, pensar em avanço tecnológico onde o conhecimento seja tratado de forma isolada. E que ainda se acredite que arte, matemática, geografia e ....(qualquer outra (s) área(s) de conhecimento) possam ser abordadas isoladamente.
2 É bom observarmos que o mundo bidimensional dos cartazes, dos painéis, das maquetes insossas, das pesquisas copiar/colar, dos teatrinhos e jornais falados atrás de uma TV de caixa de papelão, etc., ainda vale! E não estão descartadas. Mas soma-se a estas toda uma gama de possibilidades em que medir, somar, escrever, desenhar, filosofar, pesquisar, poetizar, estão batendo na porta da sala de aula. E os professores precisam disto. Precisam do dinheiro público transformado em computadores, máquinas fotográficas digitais, câmeras de vídeo, softwares, DVDs, pen drives, se não, como diz Vygotsky – o conhecimento científico será trocado por qualquer doce que lhe proporciona prazer de forma mais imediata.
segunda-feira, 9 de março de 2009
Numa aula de teatro
Ao preparar minhas aulas de teatro (1992-1995), para o segundo grau (Ensino Médio), encontrei um livro sobre a história do Teatro em fragmentos textos teatrais. Nele, vários atos e cenas, auxiliam na compreensão da tessitura, nos emaranhados que compõe a dramaturgia em cada tempo, em cada autor, em cada palavra. Apresento-lhes este texto, que me emocionou profundamente, me iludiu com um sentimento além do indivíduo, criando uma nova convenção social. Me iludiu com um sentimento, que não somente rompeu um hímen carnal, mas que rompeu as membranas o Amor. Membranas de sentimentos verdadeiros, profundos, felizes e que, com mel nos lábios, ousamos denominá-los amor.
O amor romântico, o pathos, doença, tomou seu lugar, resumindo a dois o que era universal, o Amor Liberto (redundância. pois se não é liberto, não é Amor).
Porém quão doente (não) é o amor, querer ousar destruir o âmago das membranas, himens inversos, pois não se rompem, ao contrário, nos envolvem, sufocam, obscurecem a alma, que quer amar o que já não é mais amável, mas enjaulável. Que embrutecido como pedra só aceita o pó, mas que ao pó não voltará, porque, Amor Romântico, acorrenta um ao outro, expurga o Amor Liberto e inventa o acorrentar-se como opção livre. Ainda assim, das gêneses do Amor Romântico (gostar de ser escravo), vê-se um Romeu negando a si, aos que fazem ser Montechio, suas raízes..
Shakespeare cria um Romeu sabedor de que para amar tem de deixar de ser Romeu, tem que abandonar o que lhe liberta e acorrentar-se.
Shakespeare traça o fim do Amor comunitário para o individualista, seguindo a sina de Tristão e Isolda e seus sofrimentos como ápice do amor, sofrer, amargurar-se como felicidade, corroer-se como alimento, apoderar-se escravizar-se, acomodar-se no incômodo, contrariar-se do contrário, abrir mão do Amor Liberto em troca do Amor Romântico limitado.
A frase última de Romeu é a morte: Não, minha bela, nem Montecchio, nem Romeu! Já que meu nome não te agrada, eu não sou eu!
Teatro experiência participativa para formação cultural do cidadão
O presente trabalho diz respeito à conclusão do curso de Pós-graduação em Arte-Educação, oferecido pela FUCRI/UNESC e resultado das aulas de Arte-Cênica da disciplina de Educação Artística nos anos letivos de 1992 e 1993, em uma escola da rede pública de ensino médio, em Criciúma no Estado de Santa Catarina. A experiência se dá no processo de elaboração de uma peça teatral por grupos de alunos, vivenciando o espetáculo teatral em cada etapa, culminando numa mostra de teatro no Teatro Municipal Elias Angeloni. Mediante avaliação escrita pelos educandos, foi analisada a influência do processo da Arte Dramática em sua formação tanto em seu potencial, enquanto críticos, abordando questões técnicas em sua expressão cênica e escrita, bem como em sua manifestação cultural e exercício de cidadania. Neste trabalho é feita ainda, uma abordagem do papel do Arte-Educador em sala de aula.
Leia monografia. Clique no link.
O Ator e a Ética: uma introdução à proposta ética de Constantin Stanislavski e Bertolt Brecht para o ator
Esta monografia representa meu trabalho de conclusão do curso de “Especialização em Metodologia do Ensino das Técnicas Teatrais: A Formação do Ator", realizado pela UDESC no período de março de 1996 a outubro de 1997.
Analiso o pensamento de Constantin Stanislavski e Bertolt Brecht identificando seus pressupostos éticos para o ator e a partir disto propor uma reflexão sobre a conduta ética do o ator no final deste século.
Tendo a formação do ator como foco de estudo, percebi que na medida em que os pensadores de teatro propunham um detalhamento da técnica teatral, também delineavam proposições com valores de ordem moral.
Para tentar refletir sobre este tema me propus, inicialmente, pesquisar sobre ética e o ator de Florianópolis, utilizando como procedimento a realização de entrevistas. Alguns fatores de ordem pessoal não permitiram concretizar tal intento, então optei por realizar uma revisão bibliográfica que tomasse como objeto de estudo a obra de Constantin Stanislavski e Bertolt Brecht, autores que deixaram profundas marcas no fazer teatral contemporâneo.
Para estabelecer uma ligação entre ética e ator percorri um caminho que me levou a entrar em contato com as idéias de Diderot, Stríndberg, Craig, Stanislavski, Brecht, Grotowiski e Barba. No entanto me concentro no pensamento de Constantin Stanislavski e Bertolt Brecht, por entender que estes dois teatristas funcionaram como marcos da história do teatro contemporâneo ocidental, e que ambos proporcionaram rupturas distintas na tradição teatral ocidental.
Analiso o pensamento de Constantin Stanislavski e Bertolt Brecht identificando seus pressupostos éticos para o ator e a partir disto propor uma reflexão sobre a conduta ética do o ator no final deste século.
Tendo a formação do ator como foco de estudo, percebi que na medida em que os pensadores de teatro propunham um detalhamento da técnica teatral, também delineavam proposições com valores de ordem moral.
Para tentar refletir sobre este tema me propus, inicialmente, pesquisar sobre ética e o ator de Florianópolis, utilizando como procedimento a realização de entrevistas. Alguns fatores de ordem pessoal não permitiram concretizar tal intento, então optei por realizar uma revisão bibliográfica que tomasse como objeto de estudo a obra de Constantin Stanislavski e Bertolt Brecht, autores que deixaram profundas marcas no fazer teatral contemporâneo.
Para estabelecer uma ligação entre ética e ator percorri um caminho que me levou a entrar em contato com as idéias de Diderot, Stríndberg, Craig, Stanislavski, Brecht, Grotowiski e Barba. No entanto me concentro no pensamento de Constantin Stanislavski e Bertolt Brecht, por entender que estes dois teatristas funcionaram como marcos da história do teatro contemporâneo ocidental, e que ambos proporcionaram rupturas distintas na tradição teatral ocidental.
Leia monografia. Clique no link.
quarta-feira, 4 de março de 2009
Improvisações e ensaios: como os professores planejam o ensino de teatro na sala de aula
Investiga como os professores de teatro com habilitação específica em Artes Cênicas planejam suas aulas. A pesquisa desenvolveu-se com seis professores da rede pública estadual de ensino, nas escolas sediadas na cidade de Florianópolis. A análise dos depoimentos busca estabelecer paralelos, pontos de convergência e divergência na fala dos professores. Identifica grande dificuldade na formação dos professores, especialmente com relação aos aspectos pedagógicos, mesmo assim, os depoimentos indicam esforço grande dos professores em oferecer educação de qualidade, a despeito das condições de trabalho oferecidas pela escola. O título da dissertação sugerido pela banca representa melhor este trabalho: Improvisações e ensaios: como os professores planejam o ensino de teatro na sala de aula.
Quer ajuda? Quero...
Estávamos na praia, Palmas/SC, curtindo uma tarde de domingo muito gostosa. Daquelas em que a água está na temperatura ideal, o vento não nos deixa com frio e o sol não está tão abrasador. As crianças brincando na água e nós, na areia, observando a paisagem, os que caminham de ponta a ponta, os banhistas, outras crianças. Minha esposa sentada, tranquila numa tarde lírica. Eu em pé.
Meu olhar se detém numa senhora, deitada na orla, ao balanço das ondas. Mas ela estava "muito" ao balanço das ondas e a coisa começou a ficar engraçada...Chamei minha esposa e mostrei-lhe a situação. A desorientação era tanta, que as ondas tiraram a proteção de cima do maiô, ficou mais engraçado... Então ela tentou se levantar e caiu reta. Estava alcoolizada. Olhei em volta e todos estavam rindo...como eu. Falei para minha esposa - Vamos ajudá-la. Ela respondeu que poderíamos ser xingados. A senhora continuou, agora eu entendia que ela tentava sair e não conseguia. Pedi a minha esposa que fosse comigo ajudá-la. Aproximamo-nos e perguntei-lhe - Quer ajuda? Ela respondeu-me com um olhar de agradecimento - Quero!
Meu olhar se detém numa senhora, deitada na orla, ao balanço das ondas. Mas ela estava "muito" ao balanço das ondas e a coisa começou a ficar engraçada...Chamei minha esposa e mostrei-lhe a situação. A desorientação era tanta, que as ondas tiraram a proteção de cima do maiô, ficou mais engraçado... Então ela tentou se levantar e caiu reta. Estava alcoolizada. Olhei em volta e todos estavam rindo...como eu. Falei para minha esposa - Vamos ajudá-la. Ela respondeu que poderíamos ser xingados. A senhora continuou, agora eu entendia que ela tentava sair e não conseguia. Pedi a minha esposa que fosse comigo ajudá-la. Aproximamo-nos e perguntei-lhe - Quer ajuda? Ela respondeu-me com um olhar de agradecimento - Quero!
Minha esposa arrumou o maiô dela, nós a levantamos e encaminhamo-na para sua barraca...
Depois, choramos.
Depois, choramos.