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quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Verônica.

Conheci Verônica exatamente como ela relata no jornal - Diário Catarinense - Caderno Escola Aberta, Perfil, pag.11-Setembro/2009. Ela vendendo uma rifa para arrecadar dinheiro para a operação do filho. Como humor, comecei a puxar conversa para saber porque ela estava fazendo aquilo. A intenção era acalentar a desgraça fazendo graça. Fui perguntando:

Eu - E aí como é teu nome?
Ela - Verônica.
Eu - Por quê estás vendendo rifa?
Ela - Para ajudar na operação de meu filho que tem hidrocefalia,... E contou tudo que está na matéria. Monstrou-me a foto do filho. E arrematou: - e este é meu outro filho que faleceu.
Eu - (Silêncio, já com aquele nozinho na garganta)
Meu colega Luiz, no meio daquele silêncio, tenta ajudar e pergunta:
Ele - E o teu marido? Não te ajuda?
Ela - Meu marido suicidou-se, depois de dezoito tentativas. Ele era alcoolista.
Aí acabou! Como pode uma mulher rir e ter forças para continuar lutando? Pedindo, fazendo rifas, sendo cordial com as pessoas e com bom humor ainda rir comigo da própria desgraça? Verônica! Verônica! Verônica!
Hoje abro o jornal e lá está Verônica. Estudando. Com mal de Parkinson! Verônica. Há quem me pergunte: Por quê tu insiste tanto em que as pessoas tem que estudar. Respondo com Verônica: Não sei. Só sei que todos os que querem ser alguém na vida como Verônica procuram o estudo para serem melhores. Eu diria a Verônica: Dra Verônica. E com certeza ela me responderia: Ainda tenho muito que aprender.
Aprendamos com Verônica, quem não quer estudar, que experimente um décimo do doutorado da vida de Verônica. Será que aguentam ou fugiriam como fogem da escola, da universidade, dos livros.
Verônica me ensina...Aqueles minutos em que comprei a rifa dela já tinham me tocado profundamente, hoje vendo-a estudando, como diria o Pratts - Hai de quem reclamar de estudar!

4 comentários:

  1. Ricardo, também conheci Verônica há alguns anos, quando vendia carnês do Baú da Felicidade para arrecadar fundos para o tratamento do filho que infelizmente já faleceu.Veja bem: Baú da felicidade!Ela sempre entrava nas salas da Secretaria da Educação com um lindo sorriso. Nunca vi Verônica triste se queixando da vida que levava. Ela é um exemplo de vida para todos nós.

    Abraços

    Irene

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    1. Irene. Como é bom podermos partilhar experiências e trazermos para a virtualidade o mundo real.

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  2. Cara! Só hoje li sobre verônica e me apaixonei, por ela e por tua sensibilidade, poucos conseguem sentir e escrever assim. Parabéns. Um abraço, Tião-Tubarão.
    Ps. Sobre tua Biografia, em Tubarão, também tens amigo.Não só em Criciúma.

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    1. Tião. Que legal encontrar pessoas assim? Mesmo com todas as limitações elas superam barreiras que supomos intranponíveis. Obrigado pelo comentário. Sei que tenho amigos em Tubarão e posso nomeá-los um por um. Começando por ti. Um grande abraço.

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