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terça-feira, 15 de janeiro de 2019

Sonhos sobre rodas. Harley-Davidson

Uma pequena história da Harley-Davidson. Desde a primeira em 1903 até 2008. Os textos nos contextualizam na história dos EEUU, o processo de construção de um prazer estadunidense que se espalhou pelo mundo. Não. O prazer sobre uma moto Harley. Na Ásia já se desenvolvia motocicletas legais também. Por isso cito "na história estadunidense" e da competição de mercado.
O livro trata das motos, tanto no aspecto estético como em seu desenvolvimento mecânico. A medida que vamos lendo, nos inteiramos do funcionamento de uma máquina como essa. Desde os cilindros em 45º até a injeção eletrônica inserida na década de 70.
Serra do Corvo Branco.2018

  1. O sonho não é ter uma Harley. O sonho é representar e curtir a liberdade que essas máquinas, que como diz Jô Soares: Foram criadas para cair. Um dia ela vence., e mesmo assim nos proporcionam uma nostalgia dos Cavaleiros Solitários, da sensação de individualidade. Chego a querer andar sem capacete para sentir o vento no rosto, lembrando o Apache vislumbrando a planice.
Também retomo os filmes Fish (1983) e Marcas do Destino (1985) em que os hábitos de motociclistas dão um tom aventureiro aos roteiros.
Enfim, "viver é melhor que sonhar" e estar sob duas rodas é muito gostos quando se tem no imaginário cavalos malhados, vento, cabelos e barbas longas, pulseiras e botas, uma garota na garupa (por pouco tempo), cachimbo e uma estrada infinita sem precisar voltar.
Ah! E uma roupa preta.

quinta-feira, 10 de janeiro de 2019

Manual Bem-humorado dos Privilegiados Auditivos para os limitados...

Receber este livro foi muito, muito gratificante. Meu colega de trabalho Emanuel perguntou: Ricardo, esse autor é de Criciúma. Você conhece? Gustavo de Amorim. De cara respondi que não. Então peguei o livro e quando vi a foto, sim conhecia. Gustavo filho da Salete e do Braz. Donos da Cricifios em Criciúma... O mais importante: sobrinho do meu amigo Reginaldo Geremias. Pronto. É isso? Claro que não. Levei o livro para casa e li em dois dias. Ainda durmo ao ler. Uma obra típica dos Geremias. Com humor delicadíssimo sobre uma "questã" séria. E Gustavo a trata de forma exemplar citando como drliblou sua preconceituosa "limitação" transformando-a em privilégio.  Adorei suas citações, seus exemplos de humilhação, o atual booling, é mais chique.
Nessas linhas Gustavo contextualiza a vida de um privilegiado (não)auditivo. Das mazelas na escola às da eterna vida privada de não escutar algumas (TANTAS) asneiras. Eis o privilégio.
O destaque ao ler o Manual é conhecer o autor desde da infância, sua relação conosco em frente à Cricifios na Praça Nereu Ramos e, em sua escrita, uma boa reflexão a partir de um sofrimento (causado socialmente) transformado na síntese clássica para o bem.
Do ponto de vista literário, Gustavo deixa sua identidade muito bem representada, não distanciando a linguagem escrita das outras linguagens que nos comunicamos presencialmente como as expressões corporais em seu conjunto: olhares, sorrisos, trejeitos faciais, forma de mexer as mãos... Enfim, se comunica inteiro.